por Fabiana Farias
para Blanchot
Desta criança terrível
em que foram depositadas
as maravilhas e o inacreditável do milagre,
nada restou.
Talvez essa incômoda ruína
que remete e mente
àquilo que nunca fui.
A foto no álbum,
este olhar meio faminto
apalpando as anatomias indecentes
desta minha vida de través.
O suor salgado da véspera,
os sentimentos diluídos,
a poeira do instante.
Nua, sentei-me aos pés desta cama:
era hora de sacrificar
esta esplendorosa criança.
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