Páginas

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Homens mínimos

por Ana Chiara



Homens mínimos tropeçam na ilusão,
tropeçam nos pés, trôpegos.

Homens mínimos, espetáculo ilusório.
lamela colada ao rosto.

Homens mínimos demais quando dormem.
Evidentes no escuro. A cama intacta.

Mínimos, iscas infraleves. Hipostasiam o real faltoso.

Homens mínimos deslocam-se no desejo como baratas tontas.

Microscópicos, adiam o inevitável bater de asas do dia.

Infantis, falam demais. Seduzem a Língua.

Mimetizam tamanduás-bandeira comem formigas, tartamudeiam.

Ágeis, às vezes engraçados, vorazes, voláteis, evaporam-se.

Saem deixar rastros na pele,

São favas contadas.




11 /09/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário